Turma do Estácio

A Turma do Estácio era um grupo de sambistas que frequentava rodas de samba a partir do final da década de 1920, na cidade do Rio de Janeiro, e é tido como o berço do samba carioca por excelência, aquele pelo qual se conhece atualmente e celebrado não só no Rio de Janeiro, como também em diversas partes do Brasil e até mesmo do mundo.[1][2]

Na Pavuna
Gravação de 1929 por Almirante (samba composto por Homero Dornelas). Sucesso no carnaval de 1930.

Problemas para escutar este arquivo? Veja a ajuda.
O que será de mim
Gravação de 1931 por Francisco Alves e Mário Reis (samba composto por Ismael Silva, Nilson Bastos e Francisco Alves)).

Problemas para escutar este arquivo? Veja a ajuda.
Agora é Cinza
Gravação de 1933 por Mario Reis (samba composto por Bide e Marçal). Samba campeão do carnval de 34.

Problemas para escutar este arquivo? Veja a ajuda.

Este samba feito firmou-se rapidamente como o samba carioca e marcaria a história deste gênero por injetar uma cadência diferenciada do samba baiano levado ao Rio de Janeiro pelas tias baianas e do estilo um tanto amaxixado surgido a partir da gravação de "Pelo Telefone" (registrada por Donga). A turma do Estácio impôs um samba mais ritmado, formado por instrumentos como surdos, tamborins e cuícas, aos quais se juntavam pandeiros e chocalhos.[2]

Em 1928, Ismael Silva, Bide, Mestre Marçal, Bucy Moreira, Baiaco, Brancura, Mano Rubem e Mano Edgar fundariam no Morro de São Carlos a Deixa Falar, considerada a primeira escola de samba brasileira.[3] Este grupo costumava frequentar e fazer rodas de samba nos botequins Apolo e Cumpadre, na subida do Morro de São Carlos. Estas rodas atraíram gente de todas várias partes do Rio, entre sambistas de Benfica, Madureira, Providência e Gamboa, costumavam avançara a madrugada e muitas vezes não eram toleradas pela polícia.[4]

Dentre alguns dos sambistas frequentadores da Turma do Estácio, mas oriundos de outros morros cariocas, estavam futuros bambas como Cartola, Carlos Cachaça e posteriormente Nelson Cavaquinho e Geraldo Pereira, Paulo da Portela, Alcides Malandro Histórico, Manacéia, Chico Santana, Molequinho, Aniceto do Império Serrano. Estes sambistas seriam responsáveis por criar e difundir o samba-de-morro.[5]

Referências

  1. Da Cidade Nova ao Estácio: A possível primeira crise do samba - PUC-Rio
  2. a b Transformação do Samba Carioca no Século XX - Carlos Sandroni - Ministério das Relações Exteriores do Brasil
  3. Verbete Samba - Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
  4. "Os malandros ficavam nos bares mas o samba comia solto mesmo era nas casas de cômodo das redondezas. Ficava sempre um na porta tomando conta para avisar quando a polícia chegasse”, conta Wagner Costa Santos, de 41 anos, presidente da associação de moradores do Morro de São Carlos." - O Berço do Samba
Ícone de esboço Este artigo sobre música é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • v
  • d
  • e
  • Portal do samba
  • Portal do Rio de Janeiro