Parque Estadual Aguapeí

Parque Estadual Aguapeí
Categoria II da IUCN (Parque Nacional)
Parque Estadual Aguapeí
Vista do Parque Estadual do Aguapeí a partir da rodovia SP-563.
Localização
País  Brasil
Estado  São Paulo
Mesorregiões Araçatuba e Presidente Prudente
Microrregiões Andradina e Dracena
Localidades mais próximas Castilho, Nova Independência, Guaraçaí, São João do Pau d'Alho, Monte Castelo e Junqueirópolis
Dados
Área &0000000000009043.9700009 043,97 hectares (90,4 km2)
Criação 2 de julho de 1998 (25 anos)
Gestão Fundação Florestal
Coordenadas 21° 12' 52" S 51° 30' 4" O
Parque Estadual Aguapeí está localizado em: Brasil
Parque Estadual Aguapeí

O Parque Estadual do Aguapeí está localizado no estado de São Paulo, Brasil. Foi criado pelo decreto 43.269 de 2 de julho de 1998 como forma de compensação pela construção da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta. Abrange área dos municípios de Castilho, Nova Independência, Guaraçaí, São João do Pau d'Alho, Monte Castelo e Junqueirópolis, perfazendo uma área total de 9 043,97 ha[1]. Abrange grandes extensões de várzeas do rio Aguapeí, que são alagadas periodicamente. É um dos últimos locais onde ainda é encontrado o cervo-do-pantanal no estado de São Paulo[2].

História

A região dos rios Aguapeí e do Peixe constitui um complexo sistema de várzeas que desaguam no rio Paraná. Tais alagadiços se assemelham ao Pantanal, o que conferiu, à região, a denominação de "Pantaninho Paulista"[3]. A implantação dessa unidade de conservação se deu pela construção da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, que teve o início de suas obras no final da década de 1970[1], e que, após vários atrasos na construção, despertou, na população, uma preocupação com os prejuízos ambientais e socioeconômicos com a implantação dessa usina hidrelétrica[3]. O nome do parque surgiu do rio que serpenteia dentro da área do parque.

Caracterização

Buritizal no Parque Estadual do Aguapeí.

Clima

O clima é o mesmo de grande parte do interior de São Paulo: clima tropical com estação seca (Aw), seguindo a classificação climática de Köppen-Geiger[4]. A precipitação anual é de cerca de 1.250mm e temperatura média superior a 18 °C[3].

Geologia

Hidrografia

Vegetação

Vegetação ripícola (mata ciliar) às margens do rio Aguapeí.

O parque localiza-se na região Oeste do estado de São Paulo e está no domínio da Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Atlântica do Alto Paraná)[5], numa região que teve sua cobertura original bastante alterada. Ao redor da zona núcleo existem inúmeras pastagens, tal como canaviais e alguns fragmentos de floresta de 10 a 1000 hectares. A vegetação dentro da unidade é composta por matas ciliares inundáveis, tal como por floresta estacional semidecidual e alguns trechos de pastagens cultivadas. Foram registradas espécies como: peroba-comum, amendoim-bravo, guapuruvu, ipê-do-cerrado, ipê-felpudo[3].

Sucuri fotografada no Parque Estadual. A fauna do parque se assemelha à fauna do Pantanal.

De acordo com o Plano de Manejo [3] foram descritas 5 fitofisionomias:

Floresta Estacional Semidecidual

Apresentam-se como fragmentos isolados, ou conectados a mata ciliar, fora das áreas de inundação, em estágios que vão do médio ao avançado de regeneração. Destacam-se 3 fragmentos dessa vegetação, dois conectados à mata ciliar e um isolado em meio às pastagens. Associada a essa vegetação está a floresta ripícola, que é uma denominação a todos os tipos associados ao ambiente ripícola (margem do rio). Essa vegetação se encontra principalmente nas várzeas.

Floresta Estacional Semidecidual em estágio inicial de recuperação

Áreas antes antropizadas, que foram abandonadas e agora passa por estágios de sucessão ecológica.

Vegetação Secundária da Floresta Estacional Semidecidual

Representa trechos qu foram alterados pelo homem, principalmente aqueles submetidos ao efeito de borda.

Formação Arbustiva de Várzea

Se localiza em áreas que são suscetíveis às inundações permanentes ou temporárias. A vegetação possuo porte baixo, com estrutura variável. Esta formação se distribui ao longo do parque, em meio às florestas ripícolas.

Vegetação de Macrófitas

Restritas às lagoas marginais, com grande diversidade de espécies.

Fauna

Mamíferos ameaçados de extinção em SP encontrados no PEA[3]{[6]
Nome científico Nome popular Categoria
Blastocerus dichotomus cervo-do-pantanal Criticamente em perigo
Ozotocerus bezoarticus veado-campeiro Criticamente em perigo
Mazama americana veado-mateiro Vulnerável
Myrmecophaga tridactyla tamanduá-bandeira Vulnerável
Tapirus terrestris anta Vulnerável
Chrysocyon brachyurus lobo-guará Vulnerável
Lycalopex vetulus raposinha Vulnerável
Leopardus pardalis jaguatirica Vulnerável
Puma concolor onça-parda Vulnerável
Lutra longicaudis lontra Quase ameaçada
Pecari tajacu caititu Quase ameaçada
Cuniculus paca paca Quase ameaçada
Dayprocta aguti cutia Quase ameaçada
Chironectes minimus cuíca-d'água Quase ameaçada
Cebus libidinosus macaco-prego Dados insuficientes
Cabassous unicinctus tatu-de-rabo-mole Dados insuficientes

A fauna do parque é muito semelhante a encontrada no Pantanal, principalmente a avifauna, como é o caso do jaburu, colhereiro, o cabeça-seca,o maguari, visto conservar grandes extensões da várzeas[7]. Mas é a mastofauna que chama a atenção, principalmente por ser usada como um índice do grau de conservação do local, já que a ausência de grandes felinos e ungulados acarreta mudanças na integridade da cadeia alimentar e da diversidade do ambiente[3]. A Tabela 1 mostra as espécies de mamíferos ameaçadas de extinção no estado de São Paulo que foram registradas no parque.

Conservação do Cervo-do-Pantanal

O Parque Estadual do Aguapeí é um dos últimos locais de São Paulo onde ainda vive o cervo-do-pantanal.

É a espécie símbolo do parque e é preocupante a situação dela, visto que sua área de distribuição está bastante reduzida, não só pela destruição de seu habitat, como por um forte pressão de caça e doenças introduzidas pelo gado doméstico. No estado de São Paulo, a situação é crítica, restando apenas duas populações nas bacias do rio Aguapeí e do Peixe, próximo a foz desses rios[3]. É preponderante ações para a conservação dessa espécie no parque, visto que a espécie, antes encontrada no estado de São Paulo como um todo, com exceção da região leste e da Serra do Mar, hoje está praticamente restrito ao Parque Estadual do Aguapeí e ao Parque Estadual do rio do Peixe, e com suas populações declinando[2][6]. Há projetos de reintrodução da espécie, mas poucos resultados animadores [8]. No Parque Estadual do Aguapeí, as populações sofrem com o isolamento, a pressão de caça e atividades agropecuárias, já que a proximidade com o gado doméstico expõe os cervos à doenças como a febre aftosa[3].

Referências

  1. a b «Unidades de Conservação». CESP. Consultado em 29 de março de 2012 
  2. a b «O cervo-do-pantanal corre risco de extinção». Ambienta Brasil. Consultado em 29 de março de 2012 
  3. a b c d e f g h i j k «Plano de Manejo o Parque Estadual do Aguapeí» (PDF). Fundação Florestal. Consultado em 29 de março de 2012 [ligação inativa]
  4. «Clima do Estado de São Paulo». CONFINS. Consultado em 29 de março de 2012 
  5. «Manual Técnico da Vegetação Brasileira» (PDF). IBGE. Consultado em 27 de março de 2012 
  6. a b Duarte, J. M. B.; Vogliotti, A. (2009). Blastocerus dichotomus. Em Bressan, P.M.; Kierulff, M.C. & Sugieda, A.M. (Orgs), Fauna ameaçada de extinção no Estado de São Paulo: Vertebrados. São Paulo, Fundação Parque Zoológico de São Paulo e Secretaria do Meio Ambiente.
  7. «Projeto divulga fauna do Parque Estadual do Aguapeí». Impacto Online. Consultado em 31 de março de 2012. Arquivado do original em 8 de junho de 2015 
  8. «Estudo de caso: Cervo-do-pantanal». www.lapa.ufscar.br/. Consultado em 31 de março de 2012. Arquivado do original em 26 de outubro de 2007 

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Parque Estadual Aguapeí
  • «Plano de Manejo do Parque Estadual do Aguapeí, Instituto Florestal.» (PDF) 
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