Nó de trevo

Nó de trevo
Invariante de Arf 1
Tamanho da trança 3
Número da trança 2
Número de pontes 2
Número de crosscaps 1
Número de cruzamentos 3
Gênero 1
Volume hiperbólico 0
Número de sticks 6
Número de túneis 1
Número de unknotting 1
Notação Conway [3]
Notação A-B 31
Notação Dowker 4,6,2
Anterior / Próximo 01 / 41
Outros
alternante, toro, fibrado, pretzel, primo, fatia, reversível, tricolorível, torcido
Como fazer um nó de trevo (vídeo)

Nó de trevo (ou nó trifólio) é o exemplo mais simples de um nó não trivial. Pode ser obtido juntando as duas extremidades, resultando em um laço atado. Como o nó simples, o nó de trevo é fundamental para o estudo da teoria dos nós matemática, onde tem diversas aplicações em topologia e geometria.[1]

O nó tem esse nome por causa de sua semelhança com folhas do trevo.

Descrição

O nó de trevo pode ser definido com as seguintes equações paramétricas:

x = sin t + 2 sin 2 t {\displaystyle x=\sin t+2\sin 2t}
y = cos t 2 cos 2 t {\displaystyle \qquad y=\cos t-2\cos 2t}
z = sin 3 t {\displaystyle \qquad z=-\sin 3t}

Qualquer deformação contínua da curva acima também é considerada um nó de trevo. Especificamente, qualquer curva isotópica a um nó de trevo é também considerada um nó de trevo. Além disso, a imagem espelhada (ou especular) de um nó de trevo também é considerada como um trevo. Na topologia e na teoria dos nós, o trevo é geralmente definido usando um diagrama de nó em vez de uma equação paramétrica explícita.

Na geometria algébrica, o trevo também pode ser obtido como a intersecção em C2 da esfera tridimensional unitária S3 com a curva plana complexa de zeros do polinômio complexo z2 + w3 (uma parábola semicúbica).

Left-handed trefoil
Right-handed trefoil
Um trevo canhoto e um trevo destro.

Se uma extremidade de uma fita (ou faixa) é virada três vezes e, em seguida, colada na outra, o bordo do papel forma um nó de trevo.[2]

Simetria

O nó de trevo é quiral, no sentido de que um nó de trevo pode ser distinguido de sua própria imagem espelhada. As duas variantes resultantes são conhecidas como o trevo canhoto e o trevo destro. Não é possível deformar um trevo canhoto continuamente em um trevo destro, ou vice-versa. (Ou seja, os dois trevos não são isotópicos.) Embora o nó de trevo seja quiral, é também invertível, significando que não há nenhuma distinção entre um trevo orientado no sentido anti-horário e um trevo orientado no sentido horário. Ou seja, a quiralidade de um trevo depende apenas da forma como se dão os cruzamentos, não da orientação da curva.

Nó de mão torna-se um nó trevo juntando as extremidades.

Não trivialidade

O nó de trevo não é trivial, o que significa que não é possível "desatar" um nó de trevo em três dimensões sem cortá-lo. Do ponto de vista matemático, isso significa que um nó de trevo não é isotópico a um círculo, que é o nó trivial. Em particular, não há nenhuma seqüência de movimentos de Reidemeister que irá desatar um trevo.

Provar isso requer a construção de um invariante de nós que distinga o trevo do nó trivial. O invariante mais simples que faz isso a propriedade de ser ou não tricolorizável: o trevo é tricolorizável, mas o nó trivial não é. Além disso, praticamente todos os invariantes polinomiais de nós distinguem o trevo de um nó trivial, assim como a maioria dos invariantes de nós relevantes.

Classificação

Na teoria dos nós, o trevo é o primeiro nó não trivial, e é o único nó com três cruzamentos. É um nó primo, e é listado como 3_1 na notação de Alexander-Briggs. A notação de Dowker para o trevo é 4 6 2, e a notação de Conway para o trevo é [3].

O trevo pode ser descrito como o nó toral (2,3). É também o nó obtido pelo fechamento da trança σ13.

O trevo é um nó alternado. No entanto, não é um nó de fatia, o que significa que ele não limita um disco bidimensional suave na bola de quatro dimensões; uma maneira de provar isso é notar que sua assinatura não é zero. Outra prova é que seu polinômio de Alexander não satisfaz a condição de Fox-Milnor.

O trevo é um nó fibrado, o que significa que seu complemento em S 3 {\displaystyle S^{3}} é um feixe de fibras sobre o círculo S 1 {\displaystyle S^{1}} . No modelo do trevo como o conjunto de pares ( z , w ) {\displaystyle (z,w)} de números complexos tais que | z | 2 + | w | 2 = 1 {\displaystyle |z|^{2}+|w|^{2}=1} e z 2 + w 3 = 0 {\displaystyle z^{2}+w^{3}=0} , esse feixe de fibras tem o mapa de Milnor ϕ ( z , w ) = ( z 2 + w 3 ) / | z 2 + w 3 | {\displaystyle \phi (z,w)=(z^{2}+w^{3})/|z^{2}+w^{3}|} como sua fibração, e um toro com um furo como sua superfície de fibra.

Invariantes

O polinômio de Alexander do nó de trevo éː

Δ ( t ) = t 1 + t 1 , {\displaystyle \Delta (t)=t-1+t^{-1},\,}

e o polinômio de Conway éː

( z ) = z 2 + 1. {\displaystyle \nabla (z)=z^{2}+1.} [3]

O polinômio de Jones éː

V ( q ) = q 1 + q 3 q 4 , {\displaystyle V(q)=q^{-1}+q^{-3}-q^{-4},\,}

e o polinômio de Kauffman do trevo éː

L ( a , z ) = z a 5 + z 2 a 4 a 4 + z a 3 + z 2 a 2 2 a 2 . {\displaystyle L(a,z)=za^{5}+z^{2}a^{4}-a^{4}+za^{3}+z^{2}a^{2}-2a^{2}.\,}

O grupo de nó do trevo é dado pela apresentação

x , y x 2 = y 3 {\displaystyle \langle x,y\mid x^{2}=y^{3}\rangle \,}

ou, equivalentemente,

x , y x y x = y x y . {\displaystyle \langle x,y\mid xyx=yxy\rangle .\,} [4]

Esse grupo é isomórfico ao grupo de tranças com três cordas.

Na religião e na cultura

Como o mais simples nó não trivial, o nó de trevo é um motivo comum na iconografia e artes visuais. Por exemplo, a forma comum do símbolo de triquetra é um trevo, como são algumas versões do Valknut.

Galeria de Fotos

  • Superfície de um nó de trevo
    Superfície de um nó de trevo
  • Superfície de um nó de trevo
    Superfície de um nó de trevo
  • Forma de um nó de trevo sem simetria visual tridimensional
    Forma de um nó de trevo sem simetria visual tridimensional
  • O nó de trevo é um nó tricolorizável
    O nó de trevo é um nó tricolorizável
  • Visualização tridimensional de uma curva isotópica ao nó de trevo
    Visualização tridimensional de uma curva isotópica ao nó de trevo
  • Superfície ilustrando o bordo do nó trifólio, parte do acervo da Matemateca IME-USP
    Superfície ilustrando o bordo do nó trifólio, parte do acervo da Matemateca IME-USP

Ver também

Referências

  1. «Trefoil Knot» (em inglês). Consultado em 30 de setembro de 2014  A referência emprega parâmetros obsoletos |lingua2= (ajuda)
  2. Shaw, George Russell (MCMXXXIII). Knots: Useful & Ornamental, p.11. ISBN 978-0-517-46000-9.
  3. «3 1 - Knot Atlas». katlas.math.toronto.edu (em inglês). Consultado em 6 de fevereiro de 2017 
  4. Weisstein, Eric W. «Trefoil Knot» (em inglês). MathWorld  Accessed: May 5, 2013.

Ligações externas

  • Wolframalpha: (2,3)-torus knot


  • v
  • d
  • e
Hiperbólicos
Nós
  • 41
  • 52
  • 61
  • 62
  • 63
  • 74
Toro
Nós
  • 01
  • 31
  • 51
  • 71
Invariantes
Notação
  • Notação Alexander-Briggs
  • Notação Conway
  • Notação Dowker
Outros
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