Luria cinerea

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A concha de L. cinerea, subespécie cinerea (Gmelin, 1791).[1]
A concha de L. cinerea, subespécie cinerea (Gmelin, 1791).[1]
A concha de L. cinerea, subespécie brasilensis Lorenz, 2002.[1]
A concha de L. cinerea, subespécie brasilensis Lorenz, 2002.[1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Caenogastropoda
Ordem: Littorinimorpha
Superfamília: Cypraeoidea
Família: Cypraeidae
Género: Luria
Jousseaume, 1884[1]
Espécie: L. cinerea
Nome binomial
Luria cinerea
(Gmelin, 1791)[1]
Distribuição geográfica
A região litorânea do Caribe e golfo do México (na imagem), e entre a Carolina do Norte e região sudeste do Brasil, é o habitat da espécie L. cinerea.[2][3][4]
A região litorânea do Caribe e golfo do México (na imagem), e entre a Carolina do Norte e região sudeste do Brasil, é o habitat da espécie L. cinerea.[2][3][4]
Sinónimos
Cypraea cinerea Gmelin, 1791
Sinusigera cancellata d'Orbigny, 1853
(WoRMS)[1]
Pustularia cinerea (Gmelin, 1791)[5]

Luria cinerea (nomeada, em inglês, Atlantic gray cowrie, Atlantic grey cowrie,[2][6][7][8][9] ashen cowrie ou ashen cowry;[2][9][10] em alemão, Graue Atlantik-Kauri;[9] conhecida por búzio pelas religiões de matriz africana do Brasil)[5][11] é uma espécie de molusco gastrópode marinho pertencente à família Cypraeidae da ordem Littorinimorpha. Foi classificada por Johann Friedrich Gmelin com a denominação Cypraea cinerea, em 1791, na obra Systema Naturae.[1] É nativa do oeste do oceano Atlântico, desde a Carolina do Norte, nos Estados Unidos,[2] ao golfo do México e mar do Caribe até a região sudeste do Brasil.[3][4][12] Está citado que, no nordeste brasileiro, esta espécie é encontrada no tubo digestivo do peixe Amphichthys cryptocentrus (Valenciennes, 1837).[13][14]

Descrição da concha e hábitos

Concha ovalada de coloração alaranjada ou castanho-acinzentada, de tonalidades suaves a escurecidas, apresentando marcações mosqueadas, mais escuras, ou frequentemente também com duas faixas mais claras; atingindo até pouco mais de 4.5 centímetros de comprimento quando desenvolvida e com sua superfície fortemente polida. Abertura estreita e de coloração mais clara, com dentes em seu lábio externo e columela, fortes e curtos.[2][4][12][15]

É encontrada nas águas rasas da zona nerítica, em bentos arenosos ou rochosos e recifes coralinos entre 1 e 15 metros de profundidade.[4][6][7]

Distribuição geográfica

Esta espécie ocorre no Atlântico Ocidental; nas costas do leste e sudeste dos Estados Unidos, no golfo do México, ao mar do Caribe, incluindo as Grandes Antilhas, Pequenas Antilhas, nordeste da América do Sul, entre a Colômbia e Venezuela até região nordeste do Brasil, incluindo Fernando de Noronha, Atol das Rocas, Abrolhos e em direção ao sul do Brasil, em São Paulo.[2][3][4][6][8][12]

Utilização de Luria cinerea pelo Homem

Conchas de Luria cinerea são usadas, nas religiões de matriz africana do Brasil, pelos médiuns, para identificar os orixás que norteiam cada pessoa (no jogo de búzios);[11] por vezes recebendo a denominação buzo-macho e complementando, nesta prática, o buzo-fêmeaː Naria spurca (Linnaeus, 1758).[5][16]

Subespécies

Duas subespécies são registradas para esta espécie:[1]

Sinusigera cancellata

A protoconcha de Luria cinerea difere bastante do espécime adulto, com sua espiral bem exposta, sendo reticulada em sua superfície[7] e recebendo, no passado, a denominação Sinusigera cancellata d'Orbigny, 1853.[1]

Ligações externas

  • Luria cinerea no Flickr, por FWC Fish and Wildlife Research Institute.
  • Luria cinerea no Flickr, por FWC Fish and Wildlife Research Institute.

Referências

  1. a b c d e f g h «Luria cinerea (Gmelin, 1791)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  2. a b c d e f «Luria cinerea cinerea» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 15 de janeiro de 2023. Arquivado do original em 27 de novembro de 2020 
  3. a b c «Luria cinerea (Gmelin, 1791) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  4. a b c d e RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 75. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  5. a b c HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 536. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  6. a b c ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 95. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  7. a b c Leal, José H. (6 de fevereiro de 2015). «The Atlantic Gray Cowrie» (em inglês). Bailey-Matthews National Shell Museum. 1 páginas. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  8. a b «Atlantic Gray Cowrie - Luria cinerea» (em inglês). Dutch Caribbean Species Register. 1 páginas. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  9. a b c «Luria cinerea (Gmelin, 1791) vernacular» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  10. Shadowshador (14 de abril de 2013). «Ashen cowrie (Luria cinerea)» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  11. a b Léo Neto, Nivaldo A.; Voeks, Robert; Dias, Thelma; Alves, Rômulo (março de 2012). «Mollusks of Candomblé: Symbolic and ritualistic importance» (em inglês). ResearchGate. 1 páginas. Consultado em 3 de fevereiro de 2020. Mollusks used in Candomble temples, including uses, symbolism, and liturgy.  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  12. a b c «Luria cinerea (Gmelin, 1791)». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  13. Matthews, Henry Ramos (junho de 1967). «Notas Sobre os Cipreídeos do Nordeste Brasileiro» (PDF). Arq. Est. Biol. Mar. Univ. Fed. Ceará, 7 (1). p. 16. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  14. «Amphichthys cryptocentrus (Valenciennes, 1837)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  15. «Luria cinerea brasilensis» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 15 de janeiro de 2023. Arquivado do original em 19 de janeiro de 2021 
  16. «Naria spurca (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 15 de janeiro de 2023