Kirchnerismo

Kirchnerismo
Kirchnerismo
Líder Cristina Kirchner
Fundação 2003
Sede Buenos Aires,  Argentina
Ideologia Peronismo[1]
Progressismo[2]
Social-democracia
Keynesianismo[3]
Espectro político Centro-esquerda
Esquerda
Afiliação nacional Frente de Todos
Câmara de Deputados 0000000000000119
119 / 257
Senado 0000000000000041
41 / 72
Néstor Kirchner com a sua sucessora e esposa, Cristina Fernández de Kirchner.

Kirchnerismo é um termo usado para se referir à filosofia política e aos simpatizantes do falecido Néstor Kirchner, presidente da Argentina de 2003 a 2007, e de sua esposa, Cristina Fernández de Kirchner, presidente do país de 2007 a 2015. Embora os Kirchners sejam membros do Partido Justicialista (o original, maior e oficial partido peronista, fundado por Juan Perón em 1947), o movimento peronista em si é amplo e muitos de seus membros se opõem aos kirchneristas.

Por outro lado, o kirchnerismo, apesar de originalmente ser uma divisão do Partido Justicialista, posteriormente recebeu o apoio de outros partidos políticos argentinos menores (como o Partido Comunista ou o Partido Humanista) e de parte de alguns dos partidos tradicionais (como a União Cívica Radical e o Partido Socialista). Em resposta à ascensão do kirchnerismo, o termo "anti-kirchnerismo" surgiu para descrever os setores e pessoas, mesmo que de dentro do peronismo, que se opõem aos governos de Néstor e Cristina Kirchner.

Características

Tanto Néstor Kirchner quanto Cristina Fernández de Kirchner vêm da ala esquerdista do peronismo e ambos começaram suas carreiras políticas como membros da Juventude Peronista (Juventud Peronista). Muitos dos aliados mais próximos do casal Kirchner pertencem à esquerda peronista. Os anti-kirchneristas muitas vezes criticam este pano de fundo ideológico com o termo setentista, sugerindo que o movimento político é excessivamente influenciado pela luta populista da década de 1970.

  • O kirchnerismo tem se mostrado preocupado com a defesa dos direitos humanos, particularmente ao processar aqueles que cometeram violações de direitos humanos durante a Guerra Suja e tornaram-se imunes à penalidades no governo de Carlos Menem (1989-1999). A disposição do governo Kirchner de revogar estas imunidades levou muitos organizações de direitos humanos argentinas, como as Mães da Praça de Maio e as Avós da Praça de Maio a tomar uma posição ativa entre os kirchneristas.[4] Isso levou a muitas controvérsias, alegando que os Kirchner nunca foram totalmente comprometidos com os direitos humanos, especialmente durante a última ditadura militar, e só quando Néstor Kirchner se tornou presidente e começou a fazer alianças com os partidos de esquerda do congresso e as Mães da Praça de Maio, que iniciou-se uma completa campanha sobre direitos humanos, para promover sua plataforma e ganhar a opinião pública.
  • O kirchnerismo tem se mostrado expressamente oposto às políticas neoliberais.
  • Economicamente, o kirchnerismo tem prosseguido com uma política econômica de desenvolvimentismo social como motor do desenvolvimento da clase política kichnerista.
  • O kirchnerismo tem forte oposição aos acordos de livre comércio multilaterais e bilaterais prosseguidos pelos Estados Unidos. O clímax dessa política ocorreu com o confronto entre Kirchner e George W. Bush, durante a Cúpula das Américas de 2005, em Mar del Plata, que resultou na recusa da Argentina para assinar o acordo da ALCA.[5]
  • Internacionalmente, o kirchnerismo tem apoiado fortemente o Mercosul e vice-versa, a ponto de o presidente do Mercosul, Carlos Álvarez, ser um kirchnerista. Assim como outros paises como Venezuela, Russia, China e Coreia do Norte.
  • Uma das posições mais proeminentes do kirchnerismo é fortalecer as relações da Argentina com os países da América Latina e do Sul, para estabelecer um eixo econômico sul-americano com o Brasil.
  • O kirchnerismo, em particular o ministro da saúde Ginés García, tem mostrado uma atitude marcadamente progressiva no controle de natalidade e sexualidade, o que provocou a oposição da Igreja Católica e de outros setores conservadores da sociedade argentina.[6]
  • O kirchnerismo tem se mostrado preocupado com o adoctrinamiento das camadas novas. Em percentagem do PIB, o gasto em educação K subiu de 3,64% em 2003 para 6,02% em 2010. Em termos absolutos, aumentou de 14,501 milhões de pesos em 2003 para 89,924 milhões pesos em 2010, um aumento de 520%.[7]

Críticas

O movimento político kirchnerista, no entanto, tem encontrado oposição de vários setores da sociedade argentina, que criticam o personalismo e a falta de boa vontade em se construir um consenso com a oposição.[8]

Referências

  1. «Argentina's Economic Misery Could Bring Populism Back to the Country» (em inglês). Consultado em 27 de setembro de 2021 
  2. «Argentina's Kirchner Era Ends» (em inglês). Consultado em 27 de setembro de 2021 
  3. Velasco, Andrés (31 de agosto de 2014). «Argentina's Use and Abuse of Keynes». Project Syndicate (em inglês). Consultado em 16 de março de 2022 
  4. Reencuentro de Carlotto y Bonafini. Las titulares de las Abuelas y Madres de Plaza de Mayo fueron reunidas por Kirchner, Clarín 26 de mayo de 2006
  5. Bush y el ALCA sufrieron duro traspié en Mar del Plata, Voltaire net, 2005
  6. «Ginés García legalizaría el aborto, La Nación, 15 de febrero de 2005». Consultado em 5 de dezembro de 2012. Arquivado do original em 2 de novembro de 2007 
  7. [1]
  8. Néstor Kirchner y Cristina Fernández con la Legrand: “Yo completaré mi mandato”, Página/12, 16 de mayo de 2003
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