José J. Veiga

José Jacinto Veiga
José J. Veiga
Nome completo José Jacinto Veiga
Nascimento 2 de fevereiro de 1915
Corumbá de Goiás, Goiás
Morte 19 de setembro de 1999 (84 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Ocupação escritor
Prêmios Prémio Jabuti (1981), (1983), (1993)

Prémio Machado de Assis 1997

Magnum opus Os cavalinhos de Platiplanto

José Jacinto Veiga, conhecido como José J. Veiga (Corumbá de Goiás, 2 de fevereiro de 1915 – Rio de Janeiro, 19 de setembro de 1999), foi um escritor brasileiro, considerado um dos maiores autores em língua portuguesa do realismo fantástico.

Biografia

José Veiga tem raízes rurais ao ter nascido, em 1915, na fazenda Morro Grande, entre os municípios de Pirenópolis e Corumbá de Goiás, cidades de origem, respectivamente, de seu pai e sua mãe, Luiz Pereira da Veiga e Maria Marciana Jacinto Veiga. A região natal, o lugar da infância, deixou marcas indeléveis na obra de Veiga.[1]

Os pais do escritor, vivendo em Corumbá (GO), tiveram cinco filhos, dos quais José foi o segundo. "O pai era pedreiro e a mãe dona de casa, responsável pelo aprendizado de leitura dos filhos mais velhos, José e Juvenal, que na escola terão um contato inicial com a literatura através da coleção O tesouro do menino e, especialmente, da obra de Júlio Verne. A infância do garoto, até os dez anos, foi como tantas outras do lugar, à beira dos rios, passeios a pé ou a cavalo, visita às chácaras de parentes e à fazenda do avô materno, sempre entre as duas cidades que serão algumas das referências mais fortes na literatura do escritor."[2]

Estreou-se na literatura um pouco tarde, aos 45 anos de idade, com o livro ganhador do prêmio Fábio Prado em 1959, Os cavalinhos de Platiplanto, contendo doze contos. O nome literário, José J. Veiga, foi adotado por sugestão de seu amigo Guimarães Rosa, após análise numerológica. Em documentos pessoais, à mostra no Espaço José J. Veiga, na Biblioteca Central do SESC, em Goiânia, consta sempre José Veiga.

Teve seus livros publicados nos Estados Unidos, Inglaterra, México, Espanha, Dinamarca, Suécia, Noruega e Portugal. Ganhou, pelo conjunto de sua obra, a versão 1997 do Prêmio Machado de Assis, outorgado pela Academia Brasileira de Letras.

Hoje, a rodovia GO-225, que liga Corumbá de Goiás a Pirenópolis, tem seu nome. Faleceu de câncer no pâncreas e complicações causadas por uma anemia. A 31 de janeiro de 1999, sua obra "A Hora dos Ruminantes" foi incluída, por um júri escolhido pelo jornal mais influente de Goiás, O Popular, na lista dos 20 livros mais importantes de Goiás no século XX, tornando-se assim obra canônica.

No final do ano de 2014 a editora Companhia das Letras, detentora dos direitos autorais do escritor, começou a reeditar os seus livros, a começar por Os Cavalinhos de Platiplanto e A Hora dos Ruminantes.

Para conhecer mais sobre a obra desse importante escritor vale uma visita à biblioteca do Sesc Centro, em Goiânia. Ela abriga o Espaço José J. Veiga. São 1.772 volumes catalogados nesse acervo particular, incluindo títulos em português, inglês e espanhol que identificam uma trajetória de leitura que exerceu uma forte influência em sua própria obra. Junto aos livros, há dezenas de documentos que englobam originais de romances, contos, artigos para jornal, além de cartas recebidas. Entre as prateleiras dispostas no Espaço José J. Veiga é possível encontrar cópias de seus textos adaptados para o cinema, o teatro e a televisão. O espaço foi inaugurado em 2007.

O acervo foi cedido ao SESC pelo escritor, Luiz de Aquino, membro da Academia Goiana de Letras, que recebeu a incumbência de zelar pela perpetuação da memória do autor em Goiás.

Obras

  • Os Cavalinhos de Platiplanto (1959);
  • A Hora dos Ruminantes (1966);
  • A Estranha Máquina Extraviada (1967);
  • Sombras de Reis Barbudos (1972);
  • Os Pecados da Tribo (1976);
  • O Professor Burrim e as Quatro Calamidades (1978);
  • De Jogos e Festas (1980);
  • Aquele Mundo de Vasabarros (1982);
  • Torvelinho Dia e Noite (1985);
  • O Trono no Morro (1988);
  • A Casca da Serpente (1989);
  • Os melhores contos de J. J. Veiga (1989);
  • O Almanach de Piumhy - Restaurado por José J. Veiga (1989);
  • O Risonho Cavalo do Príncipe (1993);
  • O Relógio Belizário (1995);
  • Tajá e Sua Gente (1997);
  • Objetos Turbulentos (1997);
  • O Galo Impertinente (1997);

Referências

  1. Turchi, M. Z. (2003). As fronteiras do conto de José J. Veiga.
  2. Santos 2008.

Bibliografia

  • Santos, Nedilson César Rodrigues dos (2008). Adequação e impasse de uma narrativa. uma leitura de A Hora dos Ruminantes de José J. Veiga (Dissertação). São Paulo: Universidade de São Paulo. doi:10.11606/D.8.2009.tde-07102009-162606. Consultado em 9 de abril de 2024 
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1959 – 1969

1959: Jorge Medauar (Contos) • 1960: Dalton Trevisan (Contos) • Ricardo Ramos (Novelas) • 1961: Clarice Lispector (Contos) • 1962: Ricardo Ramos (Contos) • 1963: Julieta de Godoy Ladeira (Contos) • 1964: João Antônio (Contos) • 1965: Dalton Trevisan (Contos) • 1966: Lygia Fagundes Telles (Contos) • 1967: Bernardo Élis (Contos) • 1968: Marcos Rey (Contos) • 1969: Maria Cecília Caldeira (Contos)

1970 – 1979

1970: Rubem Fonseca (Contos) • 1971: Ricardo Ramos (Contos) • 1972: Holdemar Menezes (Contos) • 1973: Luiz Vilela (Contos) • 1974: Elias José (Contos) • 1975: Caio Porfírio Carneiro (Contos) • 1976: Regina Célia Colônia (Contos) • 1977: Domingos Pellegrini Júnior (Contos) • 1978: Hermann José Reipert (Contos) • 1979: Sônia Coutinho (Contos)

1980 – 1989

1980: Modesto Carone (Contos) • 1981: José J. Veiga (Novelas) • 1982: Autran Dourado (Contos) • 1983: Sérgio Sant'Anna (Contos) • 1984: Caio Fernando Abreu (Novelas) • 1985: Charles Kiefer (Contos) • 1986: Sérgio Sant'Anna (Novelas) • 1988: Moacyr Scliar (Contos) • 1989: Caio Fernando Abreu (Contos)

1990 – 1999

1990: Diogo Mainardi (Contos) • 1991: Rosa Amanda Strausz (Contos) • 1993: João Antônio (Contos) • Otto Lara Rezende (Contos) • Vilma Arêas (Contos) • Charles Kiefer (Contos) • 1994: Nelson Rodrigues (Contos) • Marcos Rey (Novelas) • Hilda Hilst (Novelas) • 1995: Dalton Trevisan (Contos) • Regina Rheda (Contos) • Victor Giudice (Contos) • 1996: Lygia Fagundes Telles (Contos) • Rubem Fonseca (Contos) • Caio Fernando Abreu (Contos) • 1997: Marina Colasanti (Contos) • Silviano Santiago (Contos) • Antônio Carlos Villaça (Contos) • 1998: Raduan Nassar (Contos) • Flávio Moreira da Costa (Contos) • João Silvério Trevisan (Contos) • 1999: Charles Kiefer (Contos) • Rubens Figueiredo (Contos) • João Inácio Padilha (Contos)

2000 – 2009

2000: Raimundo Carrero (Contos) • Marçal Aquino (Contos) • Ignácio de Loyola Brandão (Contos) • 2001: Mario Pontes (Contos) • Rodolfo Konder (Crônicas) • Lygia Fagundes Telles (Contos) • 2002: Fernando Sabino (Crônicas) • Marçal Aquino (Contos) • Rubem Fonseca (Contos) • 2003: Rubem Fonseca (Contos) • Luiz Nassif (Crônicas) • Fernando Bonassi (Crônicas) • 2004: Sérgio Sant'Anna (Contos) • João Gilberto Noll (Contos) • 2005: Alcione Araújo (Crônicas) • 2006: Marcelino Freire (Contos) • 2007: Ferreira Gullar (Crônicas) • 2008: Vera do Val (Contos) • 2009: Fabrício Carpinejar (Crônicas)

2010 – presente

2010: José Rezende Jr. (Contos) • 2011: Dalton Trevisan (Contos) • 2012: Sidney Rocha (Contos) • 2013: Luis Fernando Veríssimo (Crônicas) • 2014: Rubem Fonseca (Contos) • 2015: Carol Rodrigues (Contos) • 2016: Natalia Borges Polesso (Contos) • 2017: Veronica Stigger (Contos)

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1959 – 1969
1970 – 1979
1980 – 1989

1980: Fernando Sabino 1981: Dyonélio Machado 1982: Sylviano Santiago 1983: José J. Veiga • 1984: Rubem Fonseca 1985: João Ubaldo Ribeiro 1986: Rubem Mauro Machado 1987: Maria Adelaide Amaral 1988: Emil Farhat 1989: Maria Alice Barroso Renato Modernell

1990 – 1999
2000 – 2009
2010 – presente
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