Jararacuçu

Como ler uma infocaixa de taxonomiaJararacuçu

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Serpentes
Família: Viperidae
Género: Bothrops
Espécie: B. jararacussu
Nome binomial
Bothrops jararacussu
(Lacerda, 1884 )
Distribuição geográfica

Bothrops jararacussu, conhecida como jararacuçu, jararacuçu-verdadeiro, surucucu, surucucu-dourada, surucucu-tapete, urutu-dourado, urutu-estrela e patrona[1], é uma víbora venenosa da família dos viperídeos. De até 2 m de comprimento e coloração dorsal variável entre cinza, rosa, amarelo, marrom ou preto, com manchas triangulares marrom-escuras. É encontrada na Bolívia, Brasil (Bahia e Mato Grosso,São Paulo,Rio Grande do Sul), Paraguai e Argentina.

Etimologia

Bothrops é uma junção dos termos grego bothros, "buraco" e ops, "face" ou "olho". É uma alusão à região sensível ao calor dessas cobras, que se localiza entre as narinas e os olhos. "Jararacuçu" vem do termo tupi para "jararaca grande"[2]. "Surucucu" vem do tupi suruku'ku[3]. "Urutu" vem do tupi uru'tu[4].

Na língua tupi, jararacuçu significa "serpente venenosa grande"[5] [2].

Características

A espécie tem dimorfismo sexual, sendo as fêmeas maiores que os machos e diferentes na coloração: ele é cinza e ela, amarelada. São muito temidas pela quantidade de veneno que podem injetar. Localizar uma jararacuçu no meio da floresta não é fácil porque ela possui uma camuflagem quase perfeita e, mesmo para olhos treinados, quase sempre passa despercebida.

As jararacuçus costumam tomar sol para se aquecerem durante o dia e preferem caçar à noite.

Os adultos alimentam-se de pequenos roedores e aves e os juvenis se alimentam de pequenos anfíbios, minhocas e até de alguns insetos.

A reprodução é ovovivípara, nascendo entre 16 e 20 filhotes no início da estação chuvosa.

Peçonha

A Jararacuçu possui uma peçonha potente, de ação citotóxica, hemotóxica e até mesmo miotóxica, foram examinadas 29 picadas de Jararacuçu em São Paulo, os principais e mais comuns sintomas relatados foram dor local, obscessos, inchaço, necrose, choque, incoagulabilidade sanguínea, hemorragia externa grave e insuficiência renal. Outros relatados incluiam insuficiência circulatória e respiratória, necrose tubular aguda(sendo a principal causa de insuficiência renal), edema cerebral, rabdomipolise hemorrágica local e Coagulação intravascular disseminada(CID).[6] Hemorragia intracerebral e falência renal já foram relatadas em um homem picado por uma Jararacuçu jovem, o que indica que os espécimes jovens também podem dar uma picada fatal.[7] A peçonha desta víbora apresenta uma dose letal mediana de 0.14 mg/kg (injeção intravenosa), 4.92 mg/kg (injeção subcutânea) e 2.73 mg/kg (injeção intraperitoneal), enquanto o rendimento médio por picada é de 1000 mg(1 grama).[8]

Referências

  1. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.984
  2. a b http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm
  3. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 634
  4. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 744
  5. Carminha Levy E Alvaro Machado. A Sabedoria dos animais: viagens xamânicas e mitologicas e Carminja Levy, Alvaro Machado. Ground; 1999. ISBN 978-85-7187-145-8. p. 125.
  6. «(PDF) Snake bites by the jararacucu (Bothrops jararacussu): Clinicopathological studies of 29 proven cases in Sao Paulo State, Brazil». ResearchGate (em inglês). Consultado em 29 de setembro de 2020 
  7. Pinho, Fábia Maria Oliveira; de Almeida Burdmann, Emmanuel (janeiro de 2001). «FATAL CEREBRAL HEMORRHAGE AND ACUTE RENAL FAILURE AFTER YOUNG BOTHROPS JARARACUSSU SNAKE BITE». Renal Failure (em inglês) (2): 269–277. ISSN 0886-022X. doi:10.1081/JDI-100103499. Consultado em 29 de setembro de 2020 
  8. «LD50 and venom yields | snakedatabase.org». snakedatabase.org. Consultado em 29 de setembro de 2020 

Ligações externas

  • «Instituto Butantan» 
Ícone de esboço Este artigo sobre serpentes, integrado ao projeto de herpetologia, é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • v
  • d
  • e
Elapidae
(Corais-verdadeiras)
Leptomicrurus
Micrurus
Viperidae
(Jararacas, urutus, cascavel e surucucu)
Bothrocophias
  • jararaca-bicuda (Bothrocophias hyoprora )
  • jararaquinha (Bothrocophias microphthalmus)
Bothrops
  • jararaca-de-alcatraz (B. alcatraz)
  • urutu-cruzeiro (B. alternatus)
  • jararaca-do-norte (B. atrox)
  • jararaca-verde (B. bilineatus)
  • jararaca (B. brazili)
  • cotiara (B. cotiara)
  • jararaca-pintada (B. diporus)
  • jararaca-da-seca (B. erythromelas)
  • jararaca (B. fonsecai)
  • jararaca-ilhoa (B. insularis)
  • jararaca (B. itapetiningae)
  • jararaca-da-mata (B. jararaca)
  • jararacuçu (B. jararacussu)
  • jararaca (B. leucurus)
  • jararaca-pintada (B. lutzi)
  • jararaca (B. marajoensis)
  • jararaca-pintada (B. marmoratus)
  • boca-de-sapo (B. mattogrossensis)
  • caissaca (B. moojeni)
  • jararaca (B. muriciensis)
  • jararaca-cruzeira (B. neuwiedi)
  • jararaca (B. otavioi)
  • jararaca-pintada (B. pauloensis)
  • jararaca-tapete (B. pirajai)
  • jararaca-pintada (B. pubescens)
  • jararaca-cinza (B. taeniatus)
Crotalus
  • cascavel (Crotalus durissus)
Lachesis
  • surucucu (Lachesis muta)
Répteis do Brasil