Francisco de Paula Leite Pinto

Francisco de Paula Leite Pinto
Francisco de Paula Leite Pinto
Ministro da Educação Nacional
Período 7 de Julho de 1955 - 4 de Maio de 1961
Antecessor(a) Fernando Andrade Pires de Lima
Sucessor(a) Manuel Lopes de Almeida
Dados pessoais
Nascimento 16 de outubro de 1902
Lisboa
Morte 29 de maio de 2000 (97 anos)
Nacionalidade Portugal Portugal
Alma mater Universidade de Lisboa
Universidade de Paris
Prêmio(s) Ordem Militar de Cristo
Ordem de Santiago da Espada
Ordem do Infante D. Henrique
Ordem da Instrução Pública
Ocupação Professor, engenheiro, escritor e político

Francisco de Paula Leite Pinto GOCGCCGCSEGCIHComIPGCIP (Lisboa, 16 de Outubro de 1902 – 29 de Maio de 2000) foi um professor universitário, ilustre engenheiro, escritor e político português no período do Estado Novo.

Na sua actividade política destacam-se o cargo de Ministro da Educação Nacional (1955-1961) e de deputado à Assembleia Nacional (1938-1942). Continuou na docência fora de Portugal depois do 25 de Abril, em França e no Brasil.[1]

Família

Irmão mais velho de Luís Filipe Leite Pinto.

Formação académica

Com elevadas classificações obteve os seguintes diplomas universitários: Licenciatura em Matemática e curso de Engenharia Geográfica pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, curso da Escola Normal Superior de Lisboa, prosseguiu os seus estudos em Paris e obteve ainda o diploma superior de Astronomia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Paris, «Ingénieur des Ponts et Chaussées» pela Escola de Paris ou École Nationale des Ponts et Chaussées, onde se diplomou em Engenharia Civil, e Doutor em Astrofísica pela Faculdade de Ciências da Universidade de Paris.[2]

Actividade académica

Iniciando a carreira no ensino como professor do ensino liceal, Leite Pinto enveredou pela carreira académica universitária, onde foi professor catedrático do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (1940-1973) da Universidade Técnica de Lisboa, instituição onde desempenhou o cargo de reitor (1963-1966), e na Escola do Exército.[2]

Foi leitor de português na Sorbonne (1931-1933)[3], tendo ainda lecionado na Escola do Exército e no Instituto Superior Técnico.

Membro de várias sociedades científicas nacionais e estrangeiras,[2] foi um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Matemática.[4]

Actividade na administração pública e na política

Secretário do Instituto de Alta Cultura (1936-1939), Leite Pinto é deputado da Assembleia Nacional na II legislatura (1938-1942) e procurador da Câmara Corporativa[1] nas VI, VIII, IX e X legislaturas.

Secretário-Geral da Junta de Educação Nacional entre 1934 e 1939, foi igualmente dirigente da Mocidade Portuguesa entre 1937 e 1945.

Entre 7 de Julho de 1955 e 4 de Maio de 1961 foi Ministro da Educação Nacional, sucedendo a Fernando Andrade Pires de Lima.

Entre 1943 e 1948 foi Administrador-delegado da Companhia de Caminhos de Ferro da Beira Alta, onde desenvolveu uma acção extremamente valiosa, activamente humanitária e de repercussão política -, de negociações, acolhimento e recepção dos milhares de fugitivos da segunda guerra mundial em colaboração com Professor Moisés Bensabat Amzalak, Reitor, Líder da Comunidade Israelita de Lisboa e Reitor da Universidade Técnica de Lisboa.[5] A linha de caminho de ferro da Beira-Alta foi, segundo Leite Pinto, a “Estrada do Céu” para milhares de entes que, desolados haviam atravessado uma Espanha desolada.[6] Em 1950 era Administrador da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, foi Vogal do Conselho Superior de Transportes Terrestres e Vogal da Junta das Missões Coloniais.[2]

Presidente da Comissão de Estudos de Energia Nuclear, criada no Instituto para a Alta Cultura (1949), do qual foi Diretor,[2] presidiu à Junta de Energia Nuclear (1961-1967).

Foi Vogal do Conselho da Ordem da Instrução Pública[2] e Chanceler das Ordens Honoríficas do Mérito Civil (1961-1974).

Entre 1967 e 1971 presidiu à Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica que contribuiu para fundar e organizar.

Entre 1967 e 1969 foi Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian e presidente do Instituto Gulbenkian de Ciência

Foi autor de muitas publicações de carácter científico e didáctico.[2]

Trabalhos Publicados

  • Leite Pinto, Francisco de Paula (1933). L'Astronomie nautique au Portugal, à l'époque des grandes découvertes (em francês). [S.l.]: impr. de H. Tessier. ASIN B0017YRG0U 
  • «As Comunicações na Política de Fomento (1952)
  • «A Educação no Espaço Português» - Revista da Universidade Técnica de Lisboa, Ano 7 n.13 : p. 51-75 (Julho 1963)
  • «Da Instrução Pública à Educação Nacional» Lisboa : Edições Panorama, (1966)

Condecorações[7][2]

Doutoramentos honoris causa

Fontes

  • OLIVEIRA, Jaime da Costa. «Fotobiografia de Francisco de Paula Leite Pinto». In .No centenário do nascimento de Francisco de Paula Leite Pinto, Memória 2, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 2003.
  • PORTUGAL, Ministério da Educação. Galeria de Ministros. Lisboa, Secretaria-Geral do Ministério da Educação, 2008. ISBN 978-972-729-063-5
  • PORTUGAL, Assembleia da República Biografia de Francisco de Paula Leite Pinto.
  • «Salazar visto pelos seus próximos», Testemunho de Francisco de Paula Leite Pinto, Organização de Jaime Nogueira Pinto.ISBN 972-25-0567-X, 1993 Bertrand Editora S.A.

Notas

  1. a b Castilho, J. M. Tavares (2010). «Biografia de Francisco de Paula Leite Pinto.» (PDF). Procuradores da Câmara Corporativa (1935-1974). Assembleia da República Portuguesa. Consultado em 27 de dezembro de 2012 
  2. a b c d e f g h Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia. pp. Volume 21. 808 
  3. Os leitorados de português foram criados na década de 30 do século XX pela Junta de Educação Nacional. Os primeiros leitores são bolseiros do Estado Português que já se encontravam no terreno. O primeiro leitorado foi criado na Sorbonne tendo Leite Pinto sido designado para essas funções. Cf. ESTEVES, José Manuel da Costa. Leitorados e outras questões
  4. Cf. Nascimento da Sociedade Portuguesa de Matemática.
  5. Testemunho de Professor Baltasar Rebelo de Sousa em OLIVEIRA, Jaime da Costa. «Fotobiografia de Francisco de Paula Leite Pinto». In .No centenário do nascimento de Francisco de Paula Leite Pinto, Memória 2, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 2003
  6. «Salazar visto pelos seus próximos», Testemunho de Francisco de Paula Leite Pinto, Organização de Jaime Nogueira Pinto.ISBN 972-25-0567-X, 1993 Bertrand Editora S.A.
  7. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Francisco de Paula Leite Pinto". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 29 de dezembro de 2012 
  • v
  • d
  • e
Ministros da Instrução Pública e Ministros da Educação Nacional de Portugal durante a Segunda República
Ditadura Militar (1926–1928), Ditadura Nacional (1928–1933) e Estado Novo (1933–1974)

Junta de Salvação Pública José Mendes Cabeçadas (interino) Armando da Gama Ochoa Joaquim Mendes dos Remédios Artur Ricardo Jorge Alfredo Magalhães (2.ª vez) Duarte Pacheco Gustavo Cordeiro Ramos Francisco Xavier da Silva Teles Eduardo da Costa Ferreira Artur Ivens Ferraz (interino) • Vítor Hugo Duarte de Lemos Gustavo Cordeiro Ramos (2.ª vez) Alexandre Sousa Pinto Manuel Rodrigues (interino) Eusébio Tamagnini António Carneiro Pacheco Manuel Rodrigues (interino) António Carneiro Pacheco (continuação) Mário de Figueiredo José Caeiro da Mata Fernando Pires de Lima Francisco de Paula Leite Pinto • Manuel Lopes de Almeida Inocêncio Galvão Teles José Hermano Saraiva José Veiga Simão

Bandeira ministerial portuguesa
« Primeira República
Terceira República »
  • v
  • d
  • e
Presidente
do Conselho
António de Oliveira Salazar, 100.º chefe de governo de Portugal
Ministros
Presidência
João Lumbrales (1950–1955) • Marcelo Caetano (1955–1958) • Pedro Teotónio Pereira (1958–1961)
Estado adjunto
do presidente do Conselho
Defesa Nacional
Fernando dos Santos Costa (1950–1957) • Américo Tomás (1957) • Fernando dos Santos Costa continuação (1957–1958) • Júlio Botelho Moniz (1958–1961) • António de Oliveira Salazar (1961–1962) • Manuel Gomes de Araújo (1962–1968)
Interior
Mário Pais de Sousa (1936–1941) • João Lumbrales interino (1941) • Mário Pais de Sousa continuação (1941–1944) • Júlio Botelho Moniz (1944–1947) • Augusto Cancela de Abreu (1947–1948) • Manuel Cavaleiro de Ferreira interino (1948) • Augusto Cancela de Abreu continuação (1948–1950) • Joaquim Trigo de Negreiros (1950–1958) • José Pires Cardoso (1958) • Arnaldo Schulz (1958–1961) • Alfredo dos Santos Júnior (1961–1968) • António Gonçalves Rapazote (1968)
Justiça
Manuel Rodrigues (1936–1940) • Adriano Vaz Serra (1940–1944) • Manuel Cavaleiro de Ferreira (1944–1954) • cargo vago (1954) • João Antunes Varela (1954–1955) • Fernando Pires de Lima interino (1955) • João Antunes Varela (1955–1967) • Mário Júlio de Almeida Costa (1967–1968)
Finanças
António de Oliveira Salazar (1936–1940) • João Lumbrales (1940–1950) • Artur Águedo de Oliveira (1950–1955) • António Pinto Barbosa (1955–1956) • Ulisses Cortês (1956–1968) • João Dias Rosas (1968)
GuerraA / ExércitoB
Abílio Passos e SousaA (1936) • Joaquim AbranchesA interino (1936) • Abílio Passos e SousaA continuação (1936) • António de Oliveira SalazarA interino (1936–1944) • Fernando dos Santos CostaA, B interino no final (1944–1950) • Adolfo Abranches PintoB (1950–1954) • Fernando dos Santos CostaB interino (1954–1958) • Afonso de Almeida FernandesB (1958–1961) • Mário SilvaB (1961–1962) • Joaquim da Luz CunhaB (1962–1968) • José Manuel Bettencourt RodriguesB (1968)
Marinha
Manuel Ortins de Bettencourt (1936) • António de Oliveira Salazar interino (1936) • Manuel Ortins de Bettencourt continuação (1936–1939) • António de Oliveira Salazar interino (1939) • Manuel Ortins de Bettencourt continuação (1939–1941) • Francisco Vieira Machado interino (1941) • Manuel Ortins de Bettencourt continuação (1941–1944) • Américo Tomás (1944–1953) • Fernando dos Santos Costa interino (1953) • Américo Tomás continuação (1953–1958) • Raul Ventura interino (1958) • Fernando de Quintanilha e Mendonça Dias (1958–1968) • Manuel Pereira Crespo (1968)
Negócios Estrangeiros
Armindo Monteiro (1936) • António de Oliveira Salazar interino (1936–1947) • José Caeiro da Mata (1947–1950) • Paulo Cunha (1950–1956) • Marcelo Caetano interino (1956) • Paulo Cunha continuação (1956–1957) • Marcelo Caetano interino (1957) • Paulo Cunha continuação (1957–1958) • Marcelo Matias (1958–1961) • Alberto Franco Nogueira (1961–1968)
Obras Públicas e ComunicaçõesA /
Obras PúblicasB
Joaquim AbranchesA (1936–1938) • Manuel RodriguesA interino (1938) • Duarte PachecoA (1938–1943) • cargo vagoA (1943) • João LumbralesA interino (1943–1944) • Augusto Cancela de AbreuA (1944–1947) • José Frederico UlrichB (1947–1954) • Eduardo de Arantes e OliveiraB (1954–1967) • José Machado VazB (1967–1968)
ColóniasA / UltramarB
Francisco Vieira MachadoA (1936–1938) • Manuel RodriguesA interino (1938) • Francisco Vieira MachadoA continuação (1938–1939) • Manuel RodriguesA interino (1939) • Francisco Vieira MachadoA continuação (1939–1942) • Francisco José CaeiroA interino (1942–1943) • Francisco Vieira MachadoA continuação (1943–1944) • Marcelo CaetanoA (1944–1945) • Américo TomásA interino (1945) • Marcelo CaetanoA continuação (1945–1947) • Teófilo DuarteA (1947–1950) • Manuel Sarmento RodriguesB (1950–1955) • Raul VenturaB (1955–1958) • Vasco Lopes AlvesB (1958–1959) • Fernando de Quintanilha e Mendonça DiasB interino (1959) • Vasco Lopes AlvesB (1959–1961) • Adriano MoreiraB (1961–1962) • António Augusto Peixoto CorreiaB (1962–1965) • Joaquim da Silva CunhaB (1965–1968)
Instrução PúblicaA /
Educação NacionalB
António Carneiro PachecoA, B (1936–1939) • Manuel RodriguesB interino (1939) • António Carneiro PachecoB continuação (1939–1940) • Mário de FigueiredoB (1940–1944) • José Caeiro da MataB (1944–1947) • Fernando Pires de LimaB (1947–1955) • Francisco de Paula Leite PintoB (1955–1961) • Manuel Lopes de AlmeidaB (1961–1962) • Inocêncio Galvão TelesB (1962–1968) • José Hermano SaraivaB (1968)
Comércio e Indústria
Pedro Teotónio Pereira (1936–1937) • João Lumbrales (1937–1940)
Agricultura
Rafael Duque (1936–1940)
Economia
Rafael Duque (1940–1944) • Clotário Luís Supico Pinto (1944–1947) • Daniel Barbosa (1947–1948) • António Júlio de Castro Fernandes (1948–1950) • Ulisses Cortês (1950–1958) • José Ferreira Dias (1958–1962) • Luís Maria Teixeira Pinto (1962–1963) • cargo vago (1963) • Luís Maria Teixeira Pinto (1963–1965) • José Gonçalo Correia de Oliveira (1965–1968)
Comunicações
Manuel Gomes de Araújo (1947–1956) • Marcelo Caetano interino (1956) • Manuel Gomes de Araújo (1956–1958) • Carlos Ribeiro (1958–1968) • José Machado Vaz interino (1968) • José do Canto Moniz (1968) •
Corporações e
Previdência Social
José Soares da Fonseca (1950–1955) • Henrique Veiga de Macedo (1955–1961) • José João Gonçalves de Proença (1961–1968)
Saúde e Assistência
Henrique Martins de Carvalho (1958–1960) • cargo vago (1960) • Henrique Martins de Miranda (1960–1962) • Pedro Soares Martínez (1962–1963) • Alfredo dos Santos Júnior interino (1963) • Francisco Neto de Carvalho (1963–1968) • Joaquim de Jesus Santos (1968)
← 9.º governo (1.º do Estado Novo) (1933–1936) • 11.º governo (3.º do Estado Novo) (1968–1974) →
  • Portal de Portugal
  • Portal de biografias
  • Portal da política
Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • v
  • d
  • e
Ícone de esboço Este artigo sobre História de Portugal é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • v
  • d
  • e
Ícone de esboço Este artigo sobre engenheiro(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • v
  • d
  • e
Ícone de esboço Este artigo sobre um(a) escritor(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • v
  • d
  • e
Ícone de esboço Este artigo sobre um(a) político(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • v
  • d
  • e
Controle de autoridade