Economia qualitativa

A economia qualitativa refere-se à representação e análise da informação sobre a direção da mudança (positiva, negativa ou nula) em variáveis econômicas em relação a mudanças em algumas outras variáveis econômicas. Para os casos não-nulos, o que torna a mudança qualitativa é que sua direção, e não sua magnitude, é especificada.[1]

Exercícios típicos de economia qualitativa incluem mudanças estáticas-comparativas estudadas em microeconomia e macroeconomia e estados comparativos de equilíbrio do crescimento em um modelo macreconômico de crescimento. Um exemplo simples que ilustra uma mudança qualitativa vem da macroeconomia. Sendo:

PIB = Produto Interno Bruto nominal, uma medida da renda nacional
M = Oferta monetária
T =impostos totais

A teoria monetária pressupõe uma relação positiva entre PIB, a variável dependente, e M, a variável independente. Formas equivalentes de representar tal 'relação qualitativa entre elas são sinalizadas com

+ {\displaystyle +\,\!}
P I B = f ( M ) {\displaystyle PIB=f(M)\,\!} o u {\displaystyle ou\,\!} d f ( M ) d M > 0. {\displaystyle {\frac {df(M)}{dM}}>0.}

onde o '+' indica uma relação positiva do PIB com M, isto é, à medida que M aumenta, o PIB aumenta, e vice versa.

Outro modelo econômico do PIB pressupõe que o PIB possui uma relação negativa com T. Isto pode ser representado de forma semelhante à de cima, com uma mudança de sinal teoricamente apropriada como indicado:

{\displaystyle -\,\!}
P I B = f ( T ) {\displaystyle PIB=f(T)\,\!} o u {\displaystyle ou\,\!} d f ( T ) d T < 0. {\displaystyle {\frac {df(T)}{dT}}<0.}

Isto é, quando T aumenta, o PIB aumenta, e vice versa. Um modelo combinado usa tanto M como T como variáveis independentes. As relações pressupostas podem ser equivalentemente representadas como relações funcionais e derivadas parciais (possíveis para mais de uma variável independente):

+ {\displaystyle +\,\!} {\displaystyle -\,\!}
P I B = f ( M , T ) {\displaystyle PIB=f(M,T)\,\!} o u {\displaystyle ou\,\!} f ( M , T ) M > 0 , {\displaystyle {\frac {\partial f(M,T)}{\partial M}}>0,} f ( M , T ) T < 0. {\displaystyle {\frac {\partial f(M,T)}{\partial T}}<0.}

Hipóteses qualitativas aparecem na história antiga da economia formal, mas aparece nos modelos econômicos formais apenas a partir do final da década de 1930, com o modelo de equilíbrio geral de Hicks em uma economia competitiva.[2] Uma exposição clássica da economia qualitativa pode ser encontrada em Samuelson, 1947.[3] Nele, Samuelson identifica restrições qualitativas e as hipóteses de maximização e estabilidade de equilíbrio como as três fontes fundamentais dos teoremas significativos - hipóteses sobre dados empíricos que poderiam ser refutadas por outros dados empíricos.[1]

Referências

  1. a b James Quirk, 1987. "qualitative economics," The New Palgrave: A Dictionary of Economics, v. 4, p. 1.
  2. J. R. Hicks, 1939. Value and Capital. Oxford.
  3. Paul A. Samuelson, 1947. Foundations of Economic Analysis, pp. 5, 21-29.

Bibliografia

  • J. R. Hicks, 1939. Value and Capital. Oxford.
  • Kelvin Lancaster, 1962. "The Scope of Qualitative Economics," Review of Economic Studies, 29(2), pp. 99-123.
    • W.M. Gorman, 1964. "More Scope for Qualitative Economics," Review of Economic Studies, 31(1) pp. 65-68.
  • James Quirk, 1987. "qualitative economics," The New Palgrave: A Dictionary of Economics, v. 4, pp. 1-3.
  • _____ and Richard Ruppert, 1965. "Qualitative Economics and the Stability of Equilibrium," Review of Economic Studies, 32(4), pp. 311-326.
  • Paul A. Samuelson, 1947. Foundations of Economic Analysis, Harvard University Press. ISBN 0-674-31301-1

Notas

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Qualitative economics».
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