Cemitério Nossa Senhora do Desterro

O Cemitério Nossa Senhora do Desterro é a mais antiga necrópole em funcionamento no município brasileiro de Jundiaí do estado de São Paulo, e uma das mais antigas do interior do estado. Localizado no bairro do Centro, onde estão sepultadas mais de 100 mil pessoas dentre as mais de 10 mil sepulturas em estilo tradicional que ocupam suas 48 quadras dispostas em área de 82 mil metros quadrados.[1][2]

Cemitério Nossa Senhora do Desterro

Fachada do Cemitério Nossa Senhora do Desterro

País
 Brasil
Localização
 Brasil
Área
82 mil m²
Tipo
Administração
FUMAS
Sepultamentos
100 mil
Entrada em serviço
1868 (156 anos)

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História

Antecedentes

Desde o início do povoamento de Jundiaí, por volta de 1615, as covas eram abertas nas ruas centrais, ao redor do então cruzeiro da Catedral Nossa Senhora do Desterro (fundada em 1651) e depois no entorno do Mosteiro São Bento (fundado em 1668), nesta época havia uma divisão de onde eram enterrados os falecidos: escravos eram enterrados no Centro, índios no Jardim Samambaia aos pés da Serra do Japi, e os acometidos de varíola chamados de bexiguentos no Anhangabaú, leprosos perto da Ponte de Campinas.[3] Por questões de saúde pública e higiene implantadas pela política sanitarista, em 1854 foi promulgada uma lei no Rio de Janeiro abolindo os enterros nas igrejas. Assim, em 1867 o cemitério foi transferido para a Praça Doutor Domingos Anastásio, no Largo São José, antigo cemitério da parte administrativa da igreja, chamada anteriormente de fábrica.[4][5]

Fundação

Em 1868, foi construído o cemitério municipal, Nossa Senhora do Desterro, na Rua Leonardo Cavalcanti, ampliado posteriormente para a Avenida Henrique Andrés, inicialmente os enterros eram feitos em covas e não sepulturas. Sua antiga entrada – cujo portão foi mantido, localizado em frente à Rua Campos Sales – foi modernizada em 1941, durante a gestão do prefeito Manoel Annibal Marcondes, quando o cemitério foi ampliado e ganhou uma alameda principal e a Capela, inaugurada em 26 de outubro daquele ano, com uma missa celebrada pelo então pároco da Catedral, Monsenhor Arthur Ricci. O primeiro livro de registros do cemitério data o enterro de Carolina do Espírito Santo em 14 de janeiro de 1891. Antes disso, personalidades da história dos séculos XVIII e XIX, como a família Real, foram enterrados ali com datas de 1870 e 1888. Assim, ruas como a Barão de Jundiaí, a Rosário, as proximidades do Largo São Bento e ruas inteiras da Vila Municipal estão hoje sobre ossadas.[4]

Atualmente

Em agosto de 2018 foi iniciado o projeto chamado de "Sepulturas que contam histórias", de identificação com placas de QR Code os jazigos onde estão os restos mortais de personalidades que contribuíram para a história da cidade, para preservar a história e ampliar a visitação das sepulturas.[6] Existe um outro projeto, em andamento que tem com objetivo o de mapear todas as quadras do cemitério para desenvolvimento de um sistema de geolocalização do controle de perpétuas. O mapeamento é feito por meio de um drone e depois é catalogado, através de imagens, esse projeto visa facilitar a localização dos jazigos dentro das quadras.[7][1] Um projeto de visitação chamado de "Memórias Póstumas da Cidade", tem como objetivo de formar um grupo e serem apresentados por um guia abordando aspectos arquitetônicos e históricos do cemitério e do crescimento da cidade, atraindo os cidadãos a conhecer mais sobre as personalidades jundiaienses enterradas no local.[8]

Atualmente, existem 4 cemitérios na cidade: Cemitério Municipal Nossa Senhora do Desterro, Cemitério Parque dos Ipês, Cemitério Montenegro e Cemitério Parque da Paz.

Personalidades sepultadas

Prefeitos de Jundiaí

  • Manoel Annibal Marcondes - (1903-1943), farmacêutico e político brasileiro, foi prefeito de Jundiaí (1938 a 1943).
  • Vasco Antonio Venchiarutti - (1920-1980), arquiteto e político brasileiro, foi prefeito de Jundiaí (1948-1951 e 1956-1959).
  • Omair Zomignani - (1926-2016), político brasileiro, foi prefeito de Jundiaí (1960 a 1963).

Personalidades Urbanas

  • Dr. Domingos Anastasio - (1875-1938), medico italiano, visitava a casa dos pacientes e não cobrava nada para atender os pobres.[9]
  • Leonardo Cavalcanti - (1892-1925), engenheiro brasileiro, teve uma morte trágica e integrou a equipe do engenheiro Monlevade.[9]
  • José Feliciano de Oliveira - (1868-1962), professor e astrônomo brasileiro, membro-fundador da academia paulista de letras.

Membros da nobreza do Império do Brasil

Referências

  1. a b «Mapeamento com drone ajuda a localizar jazigos em cemitério com mais de 10 mil túmulos» 
  2. «Mapa de Quadras - Desterro» 
  3. «Jundiahy teve cemitérios diferentes de acordo com a cor de pele». 31 de outubro de 2019 
  4. a b «Cemitério Municipal Nossa Senhora do Desterro». FUMAS 
  5. «Cemitério Cemitério Municipal Nossa Senhora do Desterro» (PDF) 
  6. «Visitantes podem conhecer histórias de pessoas enterradas em cemitério de Jundiaí através do QR Code» 
  7. Tavares, Por Hanai Costa. «CIJUN começa projeto de geolocalização das sepulturas do cemitério do Desterro» 
  8. «Projeto cultural tem visita histórica ao cemitério do Desterro». Prefeitura de Jundiaí. 27 de outubro de 2019 
  9. a b c d Redação (2 de novembro de 2019). «5 túmulos que contam história em Jundiaí»