Canção do cisne

Canção do cisne ou Canto do cisne é uma referência a uma antiga crença de que o cisne-branco (Cygnus olor) é completamente mudo durante toda a sua vida, mas pode cantar uma bela e triste canção imediatamente antes de morrer. Entretanto, é sabido desde tempos remotos que esta crença é falsa; cisnes-brancos (também chamados de "cisnes-mudos") não são mudos durante a vida, produzindo grunhidos e assobios; e não cantam ao morrerem. Em particular, Plínio, o Velho refutou a crença no ano 77 em sua Naturalis Historia (livro 10, capítulo xxxii: olorum morte narratur flebilis cantus, falso, ut arbitror, aliquot experimentis, "observações mostram que a história do canto dos cisnes ao morrerem é falsa").

Não obstante, a lenda, que foi prenunciado por Sócrates no seu último discurso[1], permaneceu através dos séculos e aparece em vários trabalhos artísticos.

Por extensão, canção do cisne ou "canto do cisne" tornou-se uma metáfora, referindo-se a uma aparição final teatral e dramática, ou qualquer trabalho final ou conclusão. Por exemplo, a coleção de canções de Franz Schubert, publicada no ano de sua morte, 1828, é conhecida como a Schwanengesang (que em alemão significa "canção do cisne"). Isto traz a conotação de que o compositor estava prevendo sua morte iminente e usando suas últimas forças em um magnífico trabalho final.

Tal metáfora pode ser trazida aos dias atuais. O coprodutor Tony Visconti, que produziu o último álbum de David Bowie, Blackstar (2016), descreveu o álbum como um "canto do cisne" planejado de Bowie e um "presente de despedida" para seus fãs antes de sua morte[2].

Referências

  1. História das palavras: o Canto do Cisne, por Sonia Darthou, História Viva
  2. Furness, Hannah (16 de março de 2016). «David Bowie's last release, Lazarus, was 'parting gift' for fans in carefully planned finale». The Telegraph (em inglês). ISSN 0307-1235 

Ligações externas

  • História das palavras: o Canto do Cisne, por Sonia Darthou, História Viva